Em algumas residências é visível o descuido com a limpeza do ambiente doméstico Notícias veiculadas pela imprensa estadual nos últimos dias confirmam um cenário que já vinha sendo alertado pela Vigilância Ambiental há aproximadamente um ano. A presença do DENV4 em solo mato-grossense tem provocado uma subida vertiginosa no número de casos da dengue, aumentando consideravelmente o risco de uma epidemia, já que a população está 100% vulnerável a este tipo de vírus.
De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mato Grosso já soma mais de 28 mil casos da doença neste ano. E, um conjunto de pelo menos dez municípios, estão sendo acompanhados de perto, pois a ocorrência de epidemia da doença nesses locais é iminente. “A incidência da doença em todo o território mato-grossense é crescente. A despeito de todo o trabalho que realizamos, nenhum município está fora de risco”, observa a coordenadora da Vigilância Ambiental de Nova Mutum, Eliana Albano, ao apresentar os dados do município.
Segundo a coordenadora, de 1º de janeiro a 9 de junho deste ano, foram registradas 202 notificações da doença, dos quais 125 foram confirmados, 1 apresentou complicações, 43 foram descartados e 33 ainda estão pendentes, ou seja, aguardam resultado. Nova Mutum encaminha a sorologia para análise no Laboratório Central do Estado, em Cuiabá, dos casos tratados na rede pública, seja nas unidades do Programa Saúde da Família (PSF) seja no Hospital.
Para Eliana Albano a situação é ainda mais grave, porque as pessoas não estão fazendo o dever de casa. “Somando o descuido com os pátios e terrenos baldios – de acordo com a legislação os proprietários são responsáveis pela limpeza de áreas particulares – com a chegada ao Estado do DENV4, o cenário entra numa perspectiva de alta preocupação”, diz. Os sintomas da dengue provocada pelo DENV4, de acordo com a coordenadora, não diferem muito dos demais. “Mas é preciso tomar cuidado, porque as complicações normalmente são advindas de baixa imunidade ou associada a outras doenças, normalmente fica mais suscetível aos riscos oferecidos pelas doenças”, diz.
O que vale nesse momento, segundo Eliana é uma alta sensibilização da comunidade para o problema. “A dengue pode atingir qualquer pessoa a qualquer momento. Um único mosquito contaminado com o vírus pode infectar uma cidade inteira, pois, ao picar uma pessoa, transmitindo-lhe a doença, esta pessoa ao ser picada novamente por outro mosquito irá infectá-lo também”, diz.
As medidas preventivas à proliferação do mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti, são simples e estão todas relacionadas aos hábitos de higiene de população, ou seja, limpeza de pátios e terrenos baldios, retirando todo o tipo de recipiente que possa acumular água, bem como manter bem fechadas caixas d’água, manter pratinhos dos vasos de flores com areia, fazer limpeza de calhas e manter fossas e caixas de gordura bem tampadas.