ADOLESCENTE DE 14 ANOS, DE IBIRÁ, FOI TRANSFERIDO PARA RIO PRETO NA SEXTA, MAS NÃO RESISTIU E MORREU
O estudante Paulo César Pereira de Aguiar, 14, morreu com suspeita de uma dengue hemorrágica no último domingo no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Rio Preto, após ser transferido da Santa Casa de Ibirá.
Segundo a família, a demora na transferência de um hospital para o outro pode ter ocasionado a morte de Paulo. “Ele começou a passar mal na quarta-feira. Me ligaram falando que ele não estava bem, ele reclamava de dor no corpo e estava vomitando. Então levamos ele para a Santa Casa, onde o médico resolveu interná-lo”, explica a doméstica Marinalva Barbosa de Aguiar, 40, que era tia do garoto.
Ela acompanhou o garoto por todo o tempo em que ele esteve no hospítal, pois os pais dele são deficientes auditivos e necessitavam de ajuda na comunicação com os médicos. “O médico que o atendeu mal ficou com ele enquanto ele esteve internado. Com isso, o quadro dele foi piorando, e nenhuma atitude foi tomada. Na madrugada de quinta para sexta, meu sobrinho piorou de vez, aí então o médico resolveu fazer a transferência para Rio Preto”, explica.
Ainda segundo a doméstica, chegando aqui, ele foi diretamente para a UTI do AME e após uma série de exames, foi constatado que o menino estava com dengue. “A médica aqui nos falou que o caso dele era complicado, pois os rins dele já estavam paralisados, e no domingo ele acabou morrendo”, conclui Marinalva.
A família diz que pretende entrar com uma ação contra o hospital, pois o garoto não teria recebido o tratamento necessário pela situação, e o diagnóstico correto não foi feito a tempo. No atestado de óbito, a causa da morte do garoto é apontada como dengue hemorrágica, mas o laudo definitivo deve ser divulgado nesta terça-feira (5) pela Secretaria de Saúde do Estado.
Outro lado/ Uma funcionária da gerência do hospital, que pediu para não se identificar, disse que o garoto chegou e apresentava um quadro de gastroenterocolite, e recebeu o tratamento de acordo com este diagnóstico. “Além disso, enquanto ele esteve internado aqui, o garoto recebeu todo o tratamento disponível, e em nenhum momento foi deixado de lado. O acompanhamos até o encaminhamento para Rio Preto”, concluiu a funcionária.